domingo, 22 de janeiro de 2012

Daguerreótipo

Paris.
Chuva.
Criança com um balão
outra mão na mão da mãe
um cachorro molhado
Mímico na calçada


Andando contra o vento.
Arrancam os telhados das casas
Torre Eiffel empinada
Desespero! Perdeu-se o chapéu
Risos.
Um senhor de sobretudo.

Uma máquina de escrever.
Tlec, tlec, tlec telectec tim!
Vuuush pum!
Sai um papel do chapéu.
Os olhos brilham.
Um casal de velhinhos.

Poeta recitando versos.
Julieta na janela.
Poeta pisca o olho.
Segundas intenções
(Arrière-Pensées)
Detrás da sacada,
Julieta entende.
Poeta desolado.
Risos histéricos

Velhinho pisca o olho para a velhinha

Uma parede invisível.
Meu Deus, e agora?!
Terror! Frisson! Desesperança!
Uma porta!
Gargalhadas.
Dois jovens.
Amor aos vinte anos. (ou em fuga)

Poeta pretencioso em um café.
Faz pose, estufa o peito
Bebe a xícara e derrama tudo.
Pragueja e derruba o garçon.
Foge sem pagar.
Risos histéricos.

Aplausos.
Agradecimentos.

Foto!

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